Conforme expõe o especialista Carlos Eduardo Rosalba Padilha, momentos de crise exigem das empresas mais do que respostas rápidas: é preciso ter estruturas sólidas de governança corporativa para manter o controle e a confiança. A governança atua como um guia seguro, ajudando líderes a tomar decisões coerentes, preservar a transparência e proteger a reputação organizacional. Em tempos de incerteza, essa estrutura se torna ainda mais valiosa.
Crises podem surgir de diferentes frentes — econômicas, sanitárias, políticas ou internas — e o impacto sobre a organização pode ser profundo. Empresas que já possuem práticas de governança bem estabelecidas têm maior capacidade de adaptação e resiliência, reduzindo riscos e acelerando a recuperação. Desvende o assunto nessa leitura:
Governança corporativa: estruturas claras para decisões assertivas
O primeiro passo para manter a governança forte em tempos de crise é garantir que os processos decisórios estejam claros e funcionais. De acordo com Carlos Eduardo Rosalba Padilha, um conselho de administração ativo, com papéis bem definidos, é essencial para orientar e fiscalizar as ações da diretoria executiva. Essa clareza evita atrasos e conflitos internos, permitindo que a resposta seja mais ágil.
A comunicação entre os órgãos de governança também deve ser fluida e constante. Reuniões extraordinárias, análise rápida de cenários e definição de prioridades permitem ajustar estratégias em tempo real. Quando todos os envolvidos compreendem suas responsabilidades, a tomada de decisão se torna mais eficaz, mesmo diante da pressão e da escassez de informações. Esse alinhamento contínuo fortalece a coesão e aumenta a capacidade da organização de responder de forma coordenada a situações críticas.
Transparência como pilar de confiança
A transparência é um dos fundamentos mais importantes da governança corporativa, especialmente durante crises. Segundo Carlos Eduardo Rosalba Padilha, manter investidores, colaboradores e demais stakeholders informados de forma clara e frequente contribui para reduzir incertezas e manter a credibilidade. O silêncio ou a omissão podem gerar desconfiança e ampliar o impacto negativo.

Além de comunicar decisões e ações, é fundamental explicar as razões por trás delas. Isso demonstra comprometimento com a verdade e respeito pelo público envolvido. Empresas que adotam essa postura criam um ambiente de confiança mútua, facilitando a cooperação interna e externa para superar as dificuldades. Essa transparência fortalece relacionamentos de longo prazo e contribui para a construção de uma reputação sólida e respeitável no mercado.
Adaptabilidade e planejamento contínuo
Crises exigem capacidade de adaptação rápida, mas sem perder o foco na estratégia de longo prazo. Como destaca o especialista Carlos Padilha, a governança corporativa deve integrar mecanismos de monitoramento de riscos e planos de contingência que possam ser ativados quando necessário. Essa preparação evita improvisos que podem comprometer a recuperação.
Ao mesmo tempo, é importante revisar e atualizar políticas, processos e metas à medida que a crise evolui. A flexibilidade para ajustar rotas sem perder a essência do negócio é o que diferencia empresas que apenas sobrevivem das que saem fortalecidas. Um modelo de governança adaptável garante que a organização esteja sempre pronta para responder a novos desafios. Essa capacidade de adaptação contínua aumenta a resiliência empresarial e potencializa as oportunidades de crescimento mesmo em cenários adversos.
Governança como escudo e bússola
Em conclusão, a governança corporativa, quando bem aplicada, atua como um escudo contra os impactos mais severos da crise e como uma bússola para guiar a empresa em direção à recuperação. Para Carlos Padilha, seu valor se revela na capacidade de manter o controle, inspirar confiança e tomar decisões embasadas, mesmo nos momentos mais turbulentos. Empresas que enxergam a governança como um ativo estratégico e não apenas como obrigação formal estão mais preparadas para enfrentar adversidades.
Autor: Zunnae Ferreira