Ilha submersa desperta corrida global por terras raras e reforça ambição geopolítica do Brasil

Zunnae Ferreira
Zunnae Ferreira

A presença de uma ilha submersa rica em terras raras próxima à costa brasileira reacende debates estratégicos sobre soberania, economia e tecnologia no cenário internacional. A chamada Elevação do Rio Grande, localizada a aproximadamente 1.200 quilômetros do litoral do Brasil, abriga um verdadeiro tesouro mineral submerso, composto por cobalto, níquel, selênio e outros elementos essenciais à indústria moderna. O Brasil, ao reivindicar oficialmente essa região, busca expandir suas fronteiras marítimas e consolidar seu protagonismo na disputa global por terras raras.

O interesse internacional pelas terras raras da ilha submersa cresce à medida que esses elementos se tornam peças fundamentais na fabricação de baterias para carros elétricos, turbinas eólicas, ímãs superpotentes e até equipamentos aeroespaciais. A ilha submersa surge, portanto, como uma possível chave para o futuro energético e tecnológico de várias nações. Atualmente, mais de 70% da produção global está concentrada na China, o que torna outros potenciais fornecedores, como o Brasil, ainda mais valiosos no xadrez geopolítico.

A Elevação do Rio Grande, segundo estudos científicos recentes, possui as mesmas características geológicas do continente sul-americano. Pesquisas publicadas em revistas internacionais apontam a presença de argila vermelha na ilha submersa, o que reforça a hipótese de que o território já esteve acima do nível do mar há milhões de anos. O Brasil utiliza esses dados como argumento central para ampliar sua Zona Econômica Exclusiva junto à Organização das Nações Unidas, um processo que se arrasta desde 2018 e ainda aguarda resposta definitiva.

A ilha submersa, embora situada em águas internacionais, está sob os olhos atentos da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, órgão responsável por regular a exploração dos recursos minerais no fundo do mar. A disputa jurídica e diplomática em torno da posse da ilha submersa revela como os recursos naturais deixaram de ser apenas elementos econômicos e passaram a ser armas de influência global. A ilha submersa, nesse contexto, se transforma em ativo estratégico de grande valor geopolítico.

A grandeza da Elevação do Rio Grande impressiona: estima-se que sua extensão seja comparável à da Islândia, tendo sido uma ilha tropical há cerca de 40 milhões de anos. Hoje, apesar de submersa a 650 metros da superfície, ela permanece como uma relíquia geológica que pode mudar o rumo das reservas de terras raras do Brasil. Com cerca de 21 milhões de toneladas já confirmadas em território nacional, a possível anexação da ilha submersa poderia colocar o país no topo do ranking global em recursos estratégicos para a tecnologia do século XXI.

O governo brasileiro vê na ilha submersa uma oportunidade de alavancar investimentos, gerar empregos e reposicionar o país como potência de inovação. O interesse por terras raras cresce vertiginosamente à medida que a transição energética global se intensifica. A ilha submersa, nesse cenário, é mais que um território; é um símbolo da capacidade brasileira de se reinventar diante das novas exigências do mundo contemporâneo. A exploração consciente desse recurso pode representar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável e soberano.

Enquanto isso, potências como os Estados Unidos monitoram atentamente o desenrolar da disputa. Recentemente, os americanos firmaram acordos estratégicos com países como Ucrânia e Dinamarca, buscando acesso a reservas de metais raros em meio a conflitos e negociações diplomáticas. A ilha submersa, se reconhecida como parte do território brasileiro, poderá frustrar essas ambições e consolidar o país como líder latino-americano no fornecimento de matérias-primas essenciais para a indústria verde global.

A Elevação do Rio Grande e suas riquezas transformaram a ilha submersa de um ponto obscuro no mapa oceânico em alvo das grandes nações. O Brasil, com argumentos científicos robustos e interesse estratégico legítimo, avança para garantir que essa ilha submersa não seja apenas uma promessa no fundo do mar, mas sim um pilar de um futuro mais autônomo, tecnológico e influente para o país. A batalha está lançada, e a ilha submersa será palco de decisões que moldarão as próximas décadas.

Autor: Zunnae Ferreira

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